Boletim Semanal

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

“V de Vingança” recebe críticas por suposta apologia ao terrorismo

Personagem polêmico utiliza máscara com a face de antigo sabotador

Dirigido pelo estreante e ex-assistente de direção dos irmãos Wachowski, da trilogia Matrix, James McTeigue e baseado no graphic novel de Allan Moore, o filme “V de Vingança” nos leva até o ano 2020.

O filme se passa em uma paisagem futurista de uma Inglaterra totalitária, onde a jovem pacata Evey (Natalie Portman, de Guerra nas Estrelas), é salva de uma situação de vida ou morte por um homem mascarado conhecido apenas com o codinome “V”, interpretado por Hugo Wearving.

Uma mistura de sofisticação e delicadeza, “V” é extremamente abilidoso, ambíguo e interessado por literatura. É um líder nato, que tem como propósito libertar seus concidadãos dos que os aterrorizam. Em contraste, ele também é amargo, vingativo, solitário e violento, motivado por uma vingança pessoal.

Com o rosto queimado e desfigurado, “V” fica escondido por uma máscara que representa a face de Guy Fawkes, um lendário sabotador que teve um fim violento 400 anos antes e que apavora pelo seu sorriso.

Destinado a quebrar um sistema cruel e injusto, “V” quer explodir o Parlamento britânico, pois acredita que se tornou um símbolo da tirania. Além, de querer se vingar daqueles que o prenderam e torturaram.

Evey, uma trabalhadora anônima e heroína corajosa e politizada, juntase a “V” para libertar as pessoas sem condenar sua busca de vingança pessoal.

“O filme faz uma crítica aberta e direta ao atual Imperialismo adotado no governo Bush”, afirma o cineasta Fábio Servullo.

Segundo ele, “o filme foi muito criticado na sua estréia por uma suposta apologia ao terrorismo, ao mostrar cenas de explosões de prédios do governo apresenta uma comparação grotesca com o que aconteceu no 11 de setembro de 2001”.

Servullo comenta ainda que “o filme é totalmente realista e atual, apesar de ser baseado em uma história em quadrinhos criada na década de 80. Desde ‘Clube da Luta’, de David Fynch, não assistimos a um filme tão ácido, direto em sua proposta, sem se preocupar com discursos politicamente corretos e hipócritas.”

Texto: Elisa Limbeck

Publicado: http://www4.uninove.br/ulisses/inove/pdf/grafite60_200604.pdf