A Hora da Estrela - Museu da Língua Portuguesa - Parte II
Após a exposição, fui ao segundo andar e conferir novamente o painel cronológico de como surgiu nossa Língua Portuguesa. Lá, me encantei com os dizeres de uma cantiga de amigo. Por isso, não podia deixar de compartilhá-la com vocês. Leia abaixo:
Cantiga de amigo em galego-português
Adaptação livre ao português contemporâneo
Sofro de grande pena e vou-a negando
Porque Deus não quis que pena (tal)
eu sofresse
Que eu ousasse, enquanto vivesse
Nunca declarar; e por isso ando
Espantado de como vivo
Num tal penar como vivo eu hoje!
E esse penar em que vivo sempre cuidando
desde que me deito
E até que me levanto, é só nisso que penso
E não em outra coisa; e por isso
Fico espantado de como vivo
Num tal penar como vivo eu hoje!
Bem sei que ninguém entende
O meu sofrer e quão coitado
Eu vivo hoje; e ninguém nasceu
Que o soubesse que não se espantasse
Do modo como eu vivo
Num tal penar como vivo eu hoje!
E não ouso dizê-lo, coitado (de mim)
E mais, apesar de desejar minha morte,
e (=mais) vivo!
Neguei meu penar desde um momento;
Mas com o grande penar que tive e que tenho
Falei dele assim como vos direi:
Nos cantares que fiz desde então
Eu soube declarar meu penar
Mas ninguém conseguiu entendê-lo
E Deus sabe: quem tem grande penar
Como eu tenho só pode estar assim
Que não tenha algo a falar
Nos cantares que eu fiz por isso
Cantiga de amigo em galego-português
Adaptação livre ao português contemporâneo
Sofro de grande pena e vou-a negando
Porque Deus não quis que pena (tal)
eu sofresse
Que eu ousasse, enquanto vivesse
Nunca declarar; e por isso ando
Espantado de como vivo
Num tal penar como vivo eu hoje!
E esse penar em que vivo sempre cuidando
desde que me deito
E até que me levanto, é só nisso que penso
E não em outra coisa; e por isso
Fico espantado de como vivo
Num tal penar como vivo eu hoje!
Bem sei que ninguém entende
O meu sofrer e quão coitado
Eu vivo hoje; e ninguém nasceu
Que o soubesse que não se espantasse
Do modo como eu vivo
Num tal penar como vivo eu hoje!
E não ouso dizê-lo, coitado (de mim)
E mais, apesar de desejar minha morte,
e (=mais) vivo!
Neguei meu penar desde um momento;
Mas com o grande penar que tive e que tenho
Falei dele assim como vos direi:
Nos cantares que fiz desde então
Eu soube declarar meu penar
Mas ninguém conseguiu entendê-lo
E Deus sabe: quem tem grande penar
Como eu tenho só pode estar assim
Que não tenha algo a falar
Nos cantares que eu fiz por isso
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Se você ainda não foi visitar o museu, reserve uma manhã ou uma tarde, leve sua família, amigos e descubra tudo sobre nosso idioma, o português, que é a quinta língua mais usada no mundo. Depois me diga o que achou.
O Museu da Língua Portuguesa fica localizado na Praça da Luz, s/nº - São Paulo.
O Museu da Língua Portuguesa fica localizado na Praça da Luz, s/nº - São Paulo.
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